Fonte – SEBRAE
Hoje vamos falar um pouco deste artesanato milenar feitos em bambu e junco. Nesta matéria vamos à uma região onde se predomina a arte de confeccionar trabalhos com esses materiais. Em Pilar do Sul, a 142 Km da Capital, encontramos infinitos trabalhos em bambu. É com essa fibra de inúmeras utilizãções que as artesãs do grupo Brotos e Gomos – Maria Paula, Marluce Celina, Hilda Talita e Carmela de Barros – produzem mais de mil peças por mês de uma linha de utensílios que vai de colheres, garfos, espátulas e pegadores até kits de brindes corporativos artesanais e ecologicamente corretos. O “Sebrae-SP mandou um consultor de design e nos deu apoio para desenvolver a linha de produtos e o sistema de gestão. Hoje vendemos na Capital de São Paulo e em outros estados” _ explica Hilda. “E queremos chegar a outros países”, afirma Maria Paula, a coordenadora do grupo.
A consultoria em design do Sebrae-SP também faz a diferença em Registro, no Vale do Ribeira, onde um grupo de artesões permaneceu décadas e décadas transformando o junco cultivado pelos seus antepassados em sandálias e esteiras, sem muitas prespectivas. O apoio técnico para ampliar a linha abriu novos caminhos. “Foi uma surpresa ficar entre os Top 100”, diz Douglas Naoi, dono da Dai Artefatos de Junco. “Sempre quis inovar, e procurei treinamento e atualização tecnológica. Agora, quero buscar novos mercados e chegar ainda mais longe”, afirma.
Nas melhores vitrines – Quem já chegou longe é a 1001 Retalhos, empresa formada por uma família de Atibaia que, com determinação e obcessão pela qualidade tem hoje seus produtos expostos em lojas de Tóquio, Nova York, Paris e muitas outras cidades. O negócio começou timidamente ha mais de 15 anos, quando a professora Evani Ribeiro se aposentou mas sentia que ainda não era hora de parar. Experimentou de criação de abelhas e escargôes à fabricação de bolachas, até que se encantou com o artesanato em patchwork – os retalhos que dariam nome à empresa.
Quando a filha Ana Paula e o genro Paulo França deixaram os empregos em São Paulo a família percebeu que o passatempo da mãe poderia se transformar numa atividade promissora. Hoje a 1001 Retalhos tem mais de 30 funcionários registrados, mais de 50 que prestam serviços, e mais de 20% das mais de 1.200 peças que produz mensalmente vão para o Japão, a Austrália, os Estados Unidos, a Europa e o Uruguai. “Contamos com o sebrae-SP, que nos apoiou com os treinamentos em gestão e com o programa de Alavancagem Tecnológica”, diz Ana Paula.
As bolsas são feitas com material de primeira, e cada coleção traduz um conceito. Uma delas se inspirou em árvores em extinção _ pau-brasil, jacarandá, araucária, jequitibá _, espécies cujas sementes eram doadas a quem comprassem as bolsas, no brasil.
“Começamos do zero, sem capital de giro, e tudo que conseguimos foi com nossas vendas e nosso trabalho, sem nenhum incentivo para exportar. Por isso temos de ser muito competitivos, já que concorremos com marcas como Gucci, Prada e Marc Jacobs”.
Evani Ribeiro confessa que se assuta ao ver aonde chegaram: “Meu nível de aspiração era muito simples, mas resolvi fazer um brinquedo parecido comigo. O fundamental do nosso trabalho é que ele incorpora amor, dedicação e alegria, sempre buscando o melhor”.
Por Ricardo Marques da Silva.
